Projeto de inserção social e integração com a educação básica que visa a participação voluntária de docentes e pós-graduandos do Programa de Pós-Graduação em Anestesiologia, Ciências Cirúrgicas e Medicina Perioperatória da USP para ensinar práticas básicas de suporte de vida em indivíduos com parada cardiorrespiratória a alunos e professores da educação básica em escolas públicas da Grande São Paulo.

Após um ano de atuação independente como Aprendendo a Salvar Vidas, o projeto da Anestesiologia-USP associa-se ao projeto internacional apoiado pela OMS “Kids Save Lives” (Crianças Salvam Vidas) que, de forma lúdica, ensina crianças no atendimento a parada e melhora os resultados da reanimação em ambiente extra-hospitalar.

Como participar: voluntariando-se para as equipes de treinamento em suporte básico de vida.

Responsáveis:
Prof.ª Dr.ª Maria José Carvalho Carmona, Disciplina de Anestesiologia, Departamento de Cirurgia
Prof.ª Dr.ª Naomi Kondo Nakagawa, Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional
Departamento de Cardiologia
Prof. Dr. Heraldo Possolo de Souza, Departamento de Emergências Clínicas
Prof. Dr. Eduardo Vieira Motta, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia
Dr. Matheus Fachini Vane, Disciplina de Anestesiologia, Departamento de Cirurgia

Histórico

Com este projeto, o Programa oficializou as atividades voluntárias eventuais realizadas anteriormente por alguns docentes e discentes relacionadas com o treinamento em Suporte Básico de Vida (BLS - Basic Life Support) para alunos e professores da Educação Básica. Criou-se assim o Projeto Aprendendo a Salvar Vidas e, em outubro de 2015, iniciou-se o treinamento em suporte básico de vida e uso de desfibrilador elétrico automático em colégios de Ensino Médio da rede pública da Grande São Paulo e para alunos de 2º grau que realizam estágio do Projeto "Menor Aprendiz", do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Em 2016, o Projeto foi renomeado para Crianças Salvam Vidas, após contato com o pesquisador Bernd W. Böttiger, do Departamento de Anestesiologia e Medicina Intensiva do University Hospital of Cologne, Colônia, Alemanha. Esse anestesiologista desenvolve o projeto Kids Save Lives, com apoio da Organização Mundial de Saúde, e realizando publicações recentes sobre seus resultados. Objetiva-se parceria futura com esse profissional para alinhamento deste projeto com aquele realizado na Alemanha.

A fase inicial de implantação do Projeto foi coordenada pela Prof.ª Dr.ª Maria José Carvalho Carmona e pelo Prof. Dr. Joaquim Edson Vieira, com a participação do Dr. Matheus Fachini Vane e do Dr. Guinther Giroldo Badessa, sob supervisão do Prof. Dr. José Otávio Costa Auler Junior e colaboração do Docente da Disciplina de Anestesiologia da UNIESP, Luiz Fernando Falcão.

Campanha World Restart a Heart (2019)

Em outubro de 2019, o projeto Crianças Salvam Vidas integrou a campanha mundial World Restart a Heart, promovendo atividades na semana do dia mundial Ressuscite um Coração, comemorado no dia 16 desse mês. A iniciativa foi realizada no Complexo do Hospital das Clínicas, na Faculdade de Medicina da USP, no Campus Butantã da USP e em escolas de São Paulo.

Com a utilização de manequins de alta fidelidade e equipamentos DEA (Desfibrilador Automático Externo), a equipe do Crianças Salvam Vidas, coordenada pela Prof.ª Dr.ª Naomi Kondo Nakagawa e pela Prof.ª Dr.ª Maria José Carmona, ofereceu treinamentos para atendimento inicial e noções básicas de BLS (Suporte Básico de Vida) em casos de parada cardiorrespiratória.

Saiba mais sobre a ação aqui.

Crianças Salvam Vidas (setembro de 2017)

A Disciplina de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo promoveu no dia 29 de setembro de 2017, o treinamento em “Suporte Básico de Vida” (BLS) para os jovens aprendizes de assistente administrativo do “Programa de Desenvolvimento de Ações de Educação Profissional do Nível Básico”.

Sob supervisão da Prof.ª Dr.ª Maria José Carvalho Carmona, o treinamento contou também com a participação dos instrutores Dr. Matheus Fachini Vane e Dr. Guinther Giroldo Badessa. A atividade foi realizada no Laboratório de Habilidades da FMUSP e contou com a participação dos aprendizes:

  1. Anna Clara da Gama Silva
  2. Aline Aparecida Ferla Barbosa
  3. Aline de Andrade Moura
  4. Aline Sanchez
  5. Bruno Fernando Santana de Souza
  6. Beatriz Medeiros da Silva
  7. Caroliny da Silva Lima
  8. Cassia Pereira da Silva
  9. Danilo de Paula Bezerra
  10. Felipe Ferreira Calixto Eliziario
  11. Gabriela Martins
  12. Gabriel Fernando Silvino de Lima
  13. Gabriel Henrique Xavier de Oliveira
  14. Julyane Saraiva Monteiro
  15. Jaqueline Santos da Silva
  16. Letícia Santos da Silva
  17. Luciana Souza Pereira da Costa
  18. Luis Gustavo Alencar Azevedo
  19. Kaique de Freitas
  20. Mariana Santos Pereira
  21. Monique Marjorie Sousa David
  22. Pedro Henrique Santana Pereira
  23. Sofia Souza Ferreira
  24. Sophia Loriato de Souza
  25. Vinicius Batista Forte
  26. Wesley Henrique Botelho Cunha
  27. Yasmin de França Wanderley
Crianças Salvam Vidas (2016)

Em 2016, foram treinados no Programa Crianças Salvam Vidas, 30 alunos de Ensino Médio que eram estagiários do Projeto "Menor Aprendiz" do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Abaixo está a relação dos alunos treinados e a escola de origem:

  1. Ian Faias da Silva Belo (Escola Estadual Batista Cepelos)
  2. Willian de Lima Ribeiro (Escola Estadual Tadakiyo Sakai)
  3. Gabriela Raissa Verissimo Alves (Escola Estadual David Zeiger)
  4. Matheus Batista Silva dos Santos (Escola Estadual Carlos de Moraes Andrade)
  5. Washington Shaw da Silva (Escola Estadual Santo Dias da Silva)
  6. Ana Carolina Borges de Oliveira (Escola Estadual Herbert Baldus)
  7. Larissa Mickeli Lima da Silva (Colégio Porcino Rodrigues)
  8. Danilo Brito Silva (Escola Estadual Prof. Luiz Simione Sobrinho)
  9. Lucas Sales Borges dos Santos (Escola Estadual Professor Olzanetti Gomes)
  10. Josué dos Santos Rabello da Cruz (Escola Estadual Samuel Wainer)
  11. Renan Oseias Rocha (Escola Estadual Basilio Bosniac)
  12. Douglas Santos F. da Cruz (Escola Estadual Ilda Vieira Vilela)
  13. Kaliane Costa de Oliveira (Escola Mun.Ens.Fund. Leonardo Villas Boas)
  14. Emily Rezende Sobrinho (Escola Estadual Walter Negrelli)
  15. Nathalia Karoline Silva e Silva (Escola Estadual Alexandre Rodrigues Nogueira)
  16. Soraya Santos Maia de Oliveira (Escola Estadual Prof. Orlando Mendes de Moraes)
  17. Alisson de Sousa Holanda (Escola Estadual Deputado Salomão Jorge)
  18. Isaac Cassiano de Santana (Escola Estadual Deputado João Dória)
  19. Hiago Arruda Soares Silva (Escola Estadual Irmã Iria Kunz)
  20. José Artur de Oliveira Nunes (Escola Estadual Prof. Antonio Ruy Cardoso)
  21. Sara Gabriele de Paula (Escola Estadual Ana Rodrigues de Liso)
  22. Natan Cesar Sousa Calixto (Escola Estadual Major Telmo Coelho Filho)
  23. Atilla Candido Portela (Escola Estadual Eunice Marques de Moura Bastos)
  24. Anderson Pereira da Silva (Escola Estadual Toufic Joulian)
  25. Carlos Melquiades de Sena (Escola Estadual Prof. Landia Santos Batista)
  26. Victor Hugo Xavier Moraes (Escola Estadual Aquilino Ribeiro)
  27. Raquel Dias Martins da Silva (Escola Estadual Washington Alves Natel)
  28. Erika Pereira de Oliveira Galdino (Escola Estadual Prof. Antonio Bernardes de Oliveira)
  29. Mateus Schio Amancio de Sousa (Escola Estadual Prof. Lucia de Castro Bueno)
  30. Amanda da Silva Santos (Escola Estadual Washington Alves Natel)
Aprendendo a Salvar Vidas (outubro de 2015)

O treinamento foi realizado na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Zacarias Antonio da Silva, em Cotia, SP. Na ocasião, também foram treinados a professora designada para acompanhar a atividade no colégio e o professor de Educação Física da turma. Abaixo estão os nomes dos 33 alunos treinados:

  1. Aline Silva Batista
  2. Amaury Silva dos Anjos
  3. Ananda da Silva Carrião
  4. Beatriz Carneiro Araújo
  5. Bruna Ferreira
  6. Daniel Santana Gomes
  7. Danilo Gabriel C. Silva
  8. Delson Bernardo
  9. Denilson Silva de Jesus (jovem aprendiz, CIEE)
  10. Ellyson Soares
  11. Guilherme de Lima Domingo
  12. Iago Corradi Carvalho
  13. Jaqueline Aparecida Costa Rosa
  14. Jéssica da Silva Marcelino
  15. João Pedro Casemiro Salviano
  16. John Maiki Ferreira Santos Silva
  17. Jonathan Alves Alcântara
  18. Karoline Raiany Sena Pinheiro Viana
  19. Larissa da Silva Nascimento
  20. Leonardo da Silva
  21. Leticia di Felippo Bortolucci
  22. Luana Dionísio Moraes
  23. Lucas Sales Borges dos Santos (jovem aprendiz, CIEE)
  24. Lucas Soares Faustino
  25. Mario Sergio Silva Leão
  26. Nathalie Eachi
  27. Pablo Barbosa de Souza
  28. Rafaela Sergio Borges
  29. Ricardo Francisco da Silva
  30. Soraia Rocha de Oliveira
  31. Stefane Silva Dantas
  32. Tacyane Moraes Moreira
  33. Thaynná Stephany Barboza Costa
Ficha técnica
Justificativa do projeto: a parada cardiorrespiratória (PCR) é urgência que demanda rapidez no atendimento, uma vez que a tolerância dos órgãos a situações de baixa quantidade de oxigênio é muito limitada. Apenas com 3-4 minutos de PCR já é suficiente para desencadear lesão cerebral irreversível.

Assim, o diagnóstico e o manejo inicial devem ser feitos o mais rápido possível. Entretanto, a cada três vítimas de PCR, apenas uma recebe ajuda de um transeunte. Considerando que no Brasil ocorrem em torno de 200.000 PCR anualmente, sendo metade fora do ambiente hospitalar. Com isso, pode se estimar que mais de 33 mil casos de PCR deixam de ser atendidos por desconhecimento da população, falta de segurança no atendimento ou medo.

Diversos países, na tentativa de reduzir os desfechos desfavoráveis da PCR, incorporaram no currículo escolar aulas para a reanimação cardiopulmonar e o uso do desfibrilador externo. As escolas do ensino médio são locais perfeitos para disseminação do conhecimento do assunto para a população, uma vez que adolescentes podem fazer a compressão torácica com a mesma eficácia que um adulto e frequentemente estão presentes na cena da emergência médica.

Medidas simples, como aprender a reconhecer os sintomas, e principalmente, perceber a proximidade de uma parada cardíaca, pedir ajuda ao serviço de emergência e iniciar as compressões torácicas corretamente podem aumentar em até quatro vezes as chances de sobrevivência. O projeto proposto, a ser executado oficialmente a partir do ano de 2015, prevê atividades teórico-práticas com duração ao redor de três horas e participação voluntária de docentes e discentes do Programa de Pós-graduação.

Objetivos do projeto: o objetivo é ensinar práticas básicas de suporte de vida, a serem aplicadas em indivíduos com parada cardiorrespiratória, para alunos e professores do ensino médio. Como objetivo educacional espera-se que os participantes do curso adquiram conhecimento para reconhecer uma parada cardiorrespiratória, a gravidade e a urgência do quadro. Dentre as habilidades, espera-se que ao final do curso os alunos saibam iniciar o tratamento de uma parada cardiorrespiratória, chamar ajuda corretamente, executar a técnica de compressão torácica e manusear adequadamente um desfibrilador elétrico automático, demonstrando proatividade na condução da parada cardiorrespiratória.

Descrição da atividade: a atividade de treinamento será realizada com apresentação teórica curta seguida de atividade prática com manequins. Os alunos do treinamento serão divididos em pequenos grupos (máximo de 20 alunos) para realização do cronograma proposto. Cada sessão será ministrada por quatro professores, selecionados entre docentes e discentes do Programa de Pós-Graduação em Anestesiologia e previamente qualificados para o ensino de suporte básico de vida.

As aulas são ministradas em formato teórico para introdução ao assunto, seguido por treinamento prático com manequins para treinamento e capacitação no procedimento de suporte básico de vida.

Avaliação: será realizada avaliação da participação dos alunos na atividade teórica e prática, autoavaliação e comparação do pós-teste com o pré-teste.

Financiamento

As duas primeiras edições foram apoiadas financeiramente pelo Centro de Estudos de Anestesiologia e Reanimação (CEDAR). Para os futuros treinamentos, está em andamento a parceria entre o CEDAR, a empresa Phillips (que apoia alguns projetos de Suporte Básico de Vida junto à população adulta) e a Sociedade Paulista de Anestesiologia. Essa parceria permitirá o treinamento de um número maior de alunos a cada sessão e a implementação definitiva do Projeto.

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